Artigo de Leandro Begara sobre incentivo a fachadas ativas pós-revisão do Plano Diretor de São Paulo, visando melhorar o ambiente urbano na maior metrópole.
Em 2015, estive à frente da equipe responsável por elaborar um estudo encomendado pelo SECOVI-SP e pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com o intuito de analisar a eficácia das fachadas ativas como estímulo ao desenvolvimento de empreendimentos imobiliários próximos aos principais eixos de transporte da metrópole paulistana, conforme sugerido no Plano Diretor de 2014 e posteriormente regulamentado pela Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) de 2016. As opiniões divergentes e a troca de ideias intensas permeavam o ambiente de discussão, revelando a complexidade do tema e a importância de se compreender a dinâmica das fachadas ativas para o ambiente urbano.
A implementação de fachadas comerciais como parte de uma frente ativa nos projetos de edificações urbanas pode representar uma estratégia eficaz para fomentar a vitalidade das áreas urbanas, atraindo mais público e potencializando o desenvolvimento econômico local. Nesse sentido, a inserção de elementos dinâmicos e atrativos nas fachadas comerciais pode contribuir significativamente para a ativação da frente comercial e o enriquecimento da experiência dos cidadãos que interagem com o espaço urbano cotidianamente.
Fachadas Ativas: Elemento Fundamental no Ambiente Urbano
A importância de fachadas ativas para a revitalização do ambiente urbano na maior metrópole do hemisfério Sul foi reconhecida há anos, levando à implementação de medidas inovadoras como a inclusão desse conceito no Plano Diretor. Com a recente revisão do Plano Diretor e a discussão em curso sobre a LUOS, surge a oportunidade de reavaliar o impacto das fachadas ativas na cidade e aprimorar sua aplicação para o futuro.
Expansão das Frentes Comerciais
De acordo com dados da Geoimóvel, mais de 300 empreendimentos lançados desde 2016 na cidade possuem pelo menos uma loja em fachada ativa, totalizando centenas de espaços comerciais disponíveis. Esta estratégia tem sido amplamente adotada pelo mercado imobiliário, beneficiando os empreendedores com acréscimos de potencial construtivo.
Desafios e Oportunidades das Frentes Comerciais
Apesar do potencial oferecido pelas fachadas ativas, a demanda por esses espaços pode não ser tão alta como inicialmente previsto. Muitos desses locais comerciais permanecem vazios, apesar da concentração em áreas estratégicas da cidade. A valorização dos aluguéis também representa um obstáculo para os comerciantes, impactando a sustentabilidade das operações.
Rumo ao Futuro: Equilíbrio e Sustentabilidade
Para garantir a eficácia das fachadas ativas como instrumento de incentivo, é essencial reavaliar a regulação e os incentivos oferecidos. A necessidade de ajustar os preços de locação para tornar as operações comerciais mais viáveis sem interferir no mercado é um desafio crucial. É fundamental encontrar um equilíbrio que beneficie tanto empreendedores quanto a dinâmica comercial da cidade, assegurando um ambiente urbano vibrante e sustentável a longo prazo.
Fonte: © Estadão Imóveis
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